domingo, 5 de maio de 2013

50 Crepúsculos???

Eu juro que tentei passar ao largo e ignorar, simplesmente, mas alardeou-se tanto a respeito que me vi obrigada a ler. Assim como crepúsculo, que não me dei ao trabalho de ler mas que, devido à insistência de meu filho, à época com dezenove anos, assisti aos dois primeiros filmes e tirei minhas próprias conclusões.
foto_cinquenta_tons_de_cinza-200x127Ele ultrapassou essa fase, graças a Deus, e concordamos que é literatura boba para adolescentes, bem diferente do que procuramos. Não que gostemos das mesmas leituras, mas isso não quer dizer que não tenhamos algum senso crítico.
Então, para ter argumentos, decidi ler os tão famosos 50 tons de cinza, e estou tão decepcionada pelo tempo que perdi que até agora não absorvi bem o impacto da coisa. Não pela pornografia, ou pelos sentimentos dividos que me provocaram, mas pela pergunta que me causou logo de início: se é um estilo tão pobre, se me remete aos bobos romances que lia sobre heroínas puritanas e amores impossíveis, como pode ter feito tanto sucesso?
Não sou nem nunca fui puritana. Aos treze anos eu adorava ler pornografia explícita e adorava ainda mais fantasiar e escrever pornografia. Só parei porque fui tolhida em minhas liberdades, por meu ex marido que não aprovava e porque eu sabia que não era por aí que eu queria seguir. Eu queria boas histórias, ainda sou sôfrega por elas, tanto as minhas como as alheias. Então, penosamente, cheguei até a página 400 muito decepcionada, porque depois da página dez eu queria apenas saber o que teria pervertido de tal maneira o personagem masculino, coisa que a autora promete contar e, surpresa, não conta, então, eu desisto. Não pretendo ler o segundo, muito menos o terceiro. Acho doentio e perigoso porque o mundo está tão triste.
Vejamos se consigo me fazer entender.
Se os jovens, principalmente as meninas, precisam de histórias sobre vampiros e seres paranormais para acreditar em amor, e se mulheres na minha faixa de idade precisam de fantasias tão brutais para o mesmo fim… E isso é muito engraçado, também, porque aí fui pesquisar na net e achei tantas coisas… Até igrejas que se intitulam cristãs aprovando o uso de tais fantasias para ajudar a salvar casamentos! As mesmas igrejas que tão violentamente condenam o homossexualismo. Ora, o homossexualismo sim, é que é normal e deve ser aceito, o casamento gay que pode ser tão benéfico, a adoção de crianças por tais casais, isso sim é saudável e merecedor de todo o nosso apoio, porque vai fazer pessoas felizes, de verdade.
Eu me pergunto, porque consigo sentir uma certa empatia pelo personagem masculino, pois tive uma introdução a seu mundo em Onze Minutos, de Paulo Coelho, que conta com maestria como é o mundo desses Dominantes e Submissos, se realmente se deram ao trabalho de lê-lo e se não rolaram de rir com as fantasias ali descritas. Porque, no seu mundo real aquelas coisas acontecem e o amor, os sentimentos verdadeiros de compartilhar alegrias, tristezas e o que quer que o mundo real requisite, fica sempre para fora das portas fechadas.
Ah, então, eu volto para ler o adorável: O Mundo Assombrado Pelos Demônios, de Carl Sagan, porque eu tenho sede de inteligência. Isto é tudo de que eu preciso.
Sexo, também, mas sexo gostoso com muito amor!

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